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05/10/2017

Maioria das empresas fecha as portas após cinco anos, diz IBGE

Cinco anos após serem criadas, pouco mais de 60% das empresas já fecharam as portas.

Cinco anos após serem criadas, pouco mais de 60% das empresas já fecharam as portas. A constatação é da pesquisa Demografia das Empresas, divulgada nesta quarta-feira (4) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Do total de 733,6 mil empresas que nasceram em 2010, 277,2 mil (37,8% do total) sobreviveram até 2015.

Segundo a pesquisa, a sobrevivência das empresas tem ligação com seu porte. Cinco anos após a entrada no mercado, a sobrevivência das empresas sem pessoal assalariado foi de 31,3%. As empresas com uma a nove pessoas assalariadas, era de 57,8%. E as companhias com dez ou mais pessoas assalariadas, 67,1%.

"É possível observar que a taxa de sobrevivência tem uma relação direta com o porte da empresa: empresas com mais pessoas assalariadas tendem a permanecer mais tempo no mercado. Já nas faixas de menor número de pessoas ocupadas assalariadas, as taxas de sobrevivência são menores", avaliam técnicos do IBGE, no relatório.

 

O levantamento mostra ainda que, em 2015, após cinco anos da entrada no mercado, as taxas de sobrevivência era maior nas atividades de saúde humana e serviços sociais (54,8%) e atividades imobiliárias (50,8%).

Corte de pessoal

O número de empresas registradas no país ficou praticamente estável em 2015, na comparação ao ano anterior, mostra a pesquisa. O total de companhias ativas passou de 4,557 milhões em 2014 para 4,552 em 2015, baixa de 0,01%.

Apesar da estabilidade no número de empresas, o quadro de funcionários decresceu em ritmo acelerado, reflexo da crise sobre o mercado. Segundo a pesquisa, 40,220 milhões de pessoas estavam ligadas às empresas que permaneciam ativas. Isso representa queda de 3,9% em comparação ao total de pessoas ocupadas no ano anterior (41,835 milhões).

"Pela primeira vez estamos vendo uma queda do pessoal ocupado pela pesquisa. Quando abrimos esse número especificamente pelo pessoal assalariado, a queda é maior, de 4,5%. É a primeira vez que isso acontece na série desse trabalho, iniciado em 2008. Estamos olhando para uma ano de crise", disse Kátia Carvalho, analista da Demografia das Empresas.

Do total de empresas ativas no país, 84,4% (3,8 milhões) eram sobreviventes (com mais de um ano de operação), 15,6% correspondiam a entradas (708,6 mil), das quais 10,7% referentes a nascimentos (485,4 mil) e 4,9% a reentradas (223,3 mil). As empresas que saíram do mercado totalizaram 15,7% (713,6 mil empresas).

O levantamento realizado pelo IBGE calcula ainda que as empresas pagaram R$ 982,4 bilhões em salários e outras remunerações em 2015. Segundo o instituto, o salário médio mensal naquele ano foi de R$ 2.168,91, equivalente a 2,8 salários mínimos. Em 2012, a média das remunerações era de R$ 2.030,70 (valor não corrigido pela inflação).

As empresas ativas em 2015 tinham 5 milhões de unidades locais (endereços de atuação das empresas). Desse total, 50,5% estavam localizadas na região Sudeste. Entre as demais regiões, 22,3% estavam no Sul; 15,3% no Nordeste, 8,2% no Centro-Oeste e 3,6% no Norte, conforme os dados levantados pelo instituto.

Abandono de mercado

A proporção de empresas que deixaram de produzir ou abandonaram o mercado teve forte queda em 2015, apesar da recessão econômica, mostrao IBGE. A chamada taxa de saída caiu de 20,7% em 2014 para 15,7% em 2015.

"Os números em geral mostram que taxa de saída caiu. Estava bem mais alta no ano anterior. O resultado, porém, vem acompanhado de uma queda do pessoal ocupado nas empresas. Foi um ano ruim, de reflexo da crise nas empresas e no pessoal que elas empregam", disse Kátia Carvalho.

A maiores taxas de saída das empresas foram registradas nos ramos de informação e comunicação (21,1%); construção (19,7%); outras atividades de serviços (17,7%); cultura, esporte e recreação (17,5%); e atividades administrativas e serviços complementares (17,4%). As menores foram em saúde humana e serviços sociais (9,9%) e educação (12,8%).

O número de empresas chamadas sobreviventes -- as que permanecem em atividade de um ano para o outro -- seguiu em sua trajetória de crescimento. Eram 3,83 milhões em 2014, passou para 3,84 milhões em 2015. Ou seja, a chamada taxa de sobrevivência cresceu de 84,1% para 84,4%. Essa taxa está em crescimento desde 2010.

Fonte: Valor Econômico